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12/01/2018
10:00 / atualizado 15/01/2018 10:26
Não é
novidade para ninguém a necessidade estar com a memória fresca e tinindo para
fazer o Enem ou qualquer outra prova. Mas além de aprender o máximo de conteúdo
possível, também ajuda ter hábitos que auxiliam à memorização.
Solange
Jacob, especialista no assunto e diretora pedagógica do SUPERA, rede de escolas
de ginástica para o cérebro, explica que a boa forma da memória depende de
fatores fisiológicos e comportamentais.A memória gosta de boas noites de sono,
alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, interação social de
qualidade e ginástica cerebral.
— Tem boa
memória quem consegue prestar atenção, então é importante estar descansado e
focar na explicação do professor para armazenar o conteúdo e evitar distrações
— observa a educadora.
Durante as aulas, é
importante estar descansado e focar na explicação do professor para armazenar o
conteúdo e evitar distrações.
A ginástica
cerebral, prática recomendada por Solange, é uma das maneiras comportamentais
de exercitar a memória e o raciocínio. O método usa jogos, dinâmicas de grupo e
as chamadas neuróbicas — atividades aeróbicas com os neurônios — para ativar a
memória em várias regiões do cérebro.
— As
neuróbicas consistem em desempenhar tarefas rotineiras de formas diferentes,
como escovar os dentes com a outra mão, mudar um trajeto diário ou sentar à
mesa de jantar em lugares diferentes. Um treino bem feito estimula de maneira
integrada e harmoniosa — detalha Solange.
Juarez Lopes
é responsável pelo Instituto de Otimização da Mente, centro especializado em
organização do pensamento e leitura dinâmica. Após décadas de estudos e
palestras sobre o assunto, o especialista também considera a boa memória uma
característica de quem tem o cérebro devidamente exercitado.
— Memorizar
o conteúdo é sempre mais importante do que decorar. Estudar para aprender é o
primeiro passo para guardar na mente. Técnicas associativas dão muito certo
para estudantes. É possível usar, por exemplo, a chave de memória, para
recordar dezenas de conceitos a partir de números, palavras e temas — assegura
Juarez.
Considerada
um dos sintomas da geração jovem atual, a capacidade multitarefas não
necessariamente traz mais produtividade. O excesso de ações e compromissos pode
inclusive dificultar o desenvolvimento da memória, de acordo Juarez Lopes:
— Evitar
estresse e dormir bem são excelentes para a memória. É preciso estar inteiro em
cada ação, fazer uma coisa de cada vez. O cérebro trabalha por hierarquia. Ao
contrário do que se pensa, a cultura das multitarefas atrapalha o cérebro a
trabalhar com foco.
Dentro do
grupo de hábitos nocivos à memória, Juarez ainda destaca o famoso overthinking
(pensar demais, em tradução livre), considerada outra característica forte
entre os estudantes. Entre os motivos que levam à sensação de cabeça cheia, o
especialista aponta a desorganização mental e o celular como principais vilões.
— Dormir
mal, estresse, pouca leitura, tudo isso causa dispersão. Não adianta pensar o
tempo todo, seja no futuro ou no passado. Além disso, a memória sofre com o
estresse causado pelo excesso de celular. As máquinas já se tornaram uma
extensão das pessoas, e isso tem consequências na mente e no corpo — declara
Juarez.
Quando o
assunto são os efeitos de comportamentos geracionais, Solange Jacob concorda
com Juarez. Segundo a professora, tanto o excesso quanto a escassez de rotina
na vida podem danificar as atividades mentais.
— O consumo
de álcool, cigarro e drogas prejudica a memória. Ter uma vida desorganizada e
sedentária compromete o armazenamento de dados pelo cérebro e,
consequentemente, gera lapsos futuros. É importante estabelecer rotinas de
estudo, anotar conteúdos e compromissos, praticar atividade física e manter o
cérebro ativo com livros, viagens e pessoas — conclui Solange.
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