e veja o que encontra: uma exposição do artista plástico Valin Branco, onde todas as suas obras são construídas na madeira... todas as esculturas são Curvas de Moebius.
Fantástico!!
Sensibilidade e habilidade incríveis!!!
Imagine uma linha longa.
Agora imagine que em vez de uma linha
tem uma fita de papel.
Branca.
Uma vida em branco.
Esqueçamos por agora o
conteúdo dessa vida.
Vire a sua atenção para as pontas da fita.
O
princípio e o fim.
Agora repare que, como todas as superfícies planas, a
fita tem duas faces.
As duas em branco. Vamos aproximar as duas
extremidades da fita como se de um anel se tratasse. Quando estiver
quase a unir as pontas, faça uma meia volta em apenas uma das pontas.
Escolha o princípio ou fim. Irá perceber que é indiferente. Agora cole
as pontas da fita.
Esta é a fita de Möbius.
E tem uma teoria por trás.
Não é apenas uma fita.
É uma equação matemática.
É uma metáfora para
tantas outras coisas.
Para compreender o grau de complexidade por trás deste gesto simples faça o seguinte exercício:
- Pegue num marcador;
- Comece a desenhar uma linha no centro da fita;
- Percorra a fita sempre sem levantar o marcador;
- Concluirá a linha precisamente no ponto de onde partiu;
- Por fim, desmanche a fita, descolando as pontas;
- Agora observe ambas as superfícies da fita: ambas têm a linha feita com o marcador.
A vida de Möbius
A sua vida é
uma linha. Tem um determinado comprimento que desconhece. Mas imagine-a
longa. Com duas extremidades. O princípio e o fim. O nascimento e a
morte. Mas a sua vida não é só uma linha. A sua vida tem superfície. Tem
obstáculos e tem relevos. Mas acredite que a sua vida comparada com
tantas outras é uma fita. Uma fita com ambas as superfícies brancas e
planas. Sem imperfeições. Mas a sua vida não deixa de ter duas faces. A
face boa e a face má. E se reparar não irá viver metade da sua vida na
plenitude da felicidade nem a outra metade na obscuridade das trevas. Os
lados mesclam-se. Ora é feliz ora sofre infortúnios. Um dia as duas
extremidades irão unir-se. Não sofra já. Nem irá dar por nada. Una as
pontas dessa vida. Viver e morrer são o mais natural momento na
natureza. Esta é a vida de Möbius.
Para compreender o grau de simplicidade por trás deste gesto aparentemente complexo faça o seguinte exercício:
- Recorde um facto que a tenha acompanhado toda a vida, por exemplo, os relacionamentos com pessoas;
- Comece por os enquadrar cronologicamente na sua vida e percorra-a toda. Não se esqueça de ninguém;
- Irá perceber
que percorre toda a sua vida sem que haja um só momento em que, de um
modo ou de outro, não se tivesse relacionado com alguém: família,
amigos, colegas, amantes...;
- Perceberá que dentro desses relacionamentos existiram momentos bons e momentos maus;
- Concluirá esse raciocínio precisamente no ponto de onde partiu: a relação com a origem - O ventre. A terra;
- Por fim,
imagine que a sua vida é novamente uma reta. Uma fita. Olhe para os
dois lados do seu percurso de vida. Pondere que outros caminhos poderia
ter seguido;
- Por esta altura já percebeu que é indiferente tomar boas ou más decisões. O caminho é o mesmo;
- Agora observe
a sua vida: viveu dos dois lados em simultâneo. Teve o doce e o amargo.
Amou e odiou. Decidiu e vacilou. Caminhou reto e resvalou. Sonhou e
desenganou-se. Mas no fim, simplesmente, Nasceu e Morreu.
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